A Jequiti na trilha das celebridades

Ao investir fortemente em parcerias com celebridades, a Jequiti tem deixado sua marca no mercado brasileiro de perfumaria

Febre na perfumaria desde o início da década passada, as fragrâncias de celebridade representam um dos segmentos mais quentes da categoria em todo o mundo, e, muito particularmente, nos Estados Unidos. Ao longo desse período, em meio a anos de saturação de lançamentos de celebridades questionáveis, o declínio da categoria foi anunciado em diversas ocasiões, sem que a profecia se realizasse de fato.

Por aqui, os perfumes de celebridades nunca geraram o mesmo nível de excitação. Até porque, as principais empresas locais nunca deram muita atenção para esse fênomeno. Celebridade, só nos anúncios. E olhe lá!

Por isso, a estratégia adotada pela Jequiti de investir, já em seus primeiros anos, (e sempre lembrando que a empresa nasceu há apenas seis anos), em parcerias com celebridades locais, chamou a atenção do mercado. Desde o primeiro duo de perfumes assinado pelo cantor romântico Fábio Jr., no final de 2008, que a Jequiti vem trilhando o caminho das celebridades, com grande sucesso. A presença de produtos assinados por nomes conhecidos do público como a cantora Cláudia Leite, o ator Fiuk e a apresentadora Adriane Galisteu, certamente representam um diferencial importante para o portfólio e para as revendedoras da empresa. As vendas oriundas dessas parcerias ganham força nos resultados gerais da empresa, que, em 2011, faturou R$ 400 milhões com a ajuda de 190 mil revendedoras.
Além das celebridades locais, a Jequiti aposta também na presença de fragrâncias de celebridades internacionais, como as do rapper Sean John e das musas do pop Christina Aguillera e Madonna. 

Atualidade Cosmética conversou com Lásaro do Carmo Jr., presidente da Jequiti, sobre a atuação da empresa no segmento de celebridades, e sobre os rumores de que a ela estaria prestes a ser vendida ou ganhar um novo sócio para capitalizá-la.

Atualidade Cosmética: A Jequiti acaba de lançar o perfume Truth or Dare, da Madonna. É a terceira fragrância de uma celebridade internacional no portfólio da Jequiti. O que a empresa espera com esses lançamentos?
Lásaro do Carmo Jr.:
Nossa intenção é popularizar o luxo. Trazer para o porta a porta os produtos que você normalmente compraria somente se viajasse para fora, uma vez que os preços por aqui acabam sendo abusivos. Queremos trazer esse tipo de produto a um preço justo. Por exemplo, o perfume da Madonna custa R$119 o frasco com 100 ml. Se a consumidora tivesse que fazer a compra de um importado tradicional, o custo obviamente seria mais elevado.

E quais os resultados que vocês vêm obtendo com essa operação?
Em uma frase, um enorme sucesso com essas fragrâncias. Ainda é cedo para falar de resultados do Truth or Dare, da Madonna, porque ele foi lançado agora em novembro. Não posso revelar valores, mas posso dizer que o perfume da Christina Aguillera vende uma quantidade mensal bem interessante. E o Sean John, que foi o primeiro que nós trouxemos para o País, chegou a ser o perfume mais vendido da Jequiti. É bom lembrar que fabricamos todos esses produtos no Brasil e que temos um contrato de exclusividade com as empresas que os desenvolvem: o Unforgivable, de Sean John, é produzido pela Estée Lauder; o Christina Aguillera foi desenvolvido pela P&G; e o Truth or Dare, da Madonna, pela Coty.

E como tem sido a parceria com as celebridades nacionais?
Tem sido um sucesso absoluto também. A fragrância da Adriane Galisteu vendeu 100 mil unidades em 20 dias. Isso, para nós, é um número impressionante. Foi um recorde de vendas, o produto de celebridade nacional de maior sucesso que tivemos até hoje. E o grande segredo disso é o trabalho em conjunto entre empresa e artista. As celebridades nacionais tem uma agenda fechada conosco, com participação em uma série de eventos, entre eles, conversas com as consultoras. O mesmo não ocorre, infelizmente, com as parcerias internacionais, uma vez que seria muito difícil ter o controle da agenda dessa turma. Entre as celebridades nacionais, a Adriana foi a mais comprometida com a marca. Consequentemente, seu produto foi o que deu melhor resultado.

Na opinião de alguns observadores, a Jequiti é a empresa que tem o melhor trabalho com celebridades. O que elas significa para vocês?
Em termos de estratégia, a ideia central desse trabalho conjunto, é fazer com que a celebridade ajude o produto a chegar nas mãos do consumidor final, como um endosso de peso. E vamos continuar com essa prática, uma vez que esse é um modelo de sucesso já utilizado por nossas empresas-parceiras, como é caso da Coty, no mundo inteiro. O consumidor brasileiro recebeu muito bem esses produtos. Não tivemos a menor dificuldade em trabalhar com eles, porque todas elas eram marcas desejadas. O que nós fizemos foi, simplesmente, colocar os perfumes desejados pelas pessoas nas mãos delas, de uma forma acessível.

Quais são os critérios de seleção para a escolha dos artistas? E qual será o próximo a integrar essa lista?
Realizamos uma pesquisa com o consumidor final para decidir quais são as pessoas com quem vamos trabalhar. Não lançamos nada sem fazer esse estudo, pois, na realidade, não adianta nada a gente só “achar” que um artista vende muito. Precisamos entender se o consumidor quer mesmo “consumir” aquela personalidade, pois o nome da pessoa é, na verdade, um produto. Temos vários famosos aqui que pareciam opções fantásticas para vender uma fragrância. Porém, a pesquisa acabou demonstrando o contrário. Já temos contratos assinados para o ano que vem, porém ainda não podemos revelar quais serão os artistas. Em 2013, pretendemos lançar de cinco a oito novos produtos internacionais, todos na categoria de perfumaria, que, hoje, corresponde a 45% de nossas vendas. E a nossa intenção é, justamente, manter o foco cada vez mais nela.

Vocês pretendem trazer perfumes internacionais que não estejam associados a celebridade?
Já no ano que vem, pretendemos trazer alguns produtos que não são assinados por celebridades, fruto de parcerias nossas com empresas estrangeiras.

O jornal Brasil Econômico publicou no dia 16 de novembro, que a Jequiti estava passando por um processo de “due dilligence”. Vocês pretendem mesmo vender a empresa, ou abrir o capital?
Olha, o que posso dizer é que muito provavelmente, em algum momento da vida da Jequiti, iremos nos associar a um grande nome dessa indústria. Porque é inteligente você comprar inteligência para brigar com os líderes, uma vez que levaríamos muito mais tempo para chegar onde nós queremos sozinhos. Isso pode ser conseguido mais rapidamente se nós nos associarmos a um parceiro estratégico, que nos traga grandes marcas, grandes nomes... Então essa é a ideia: que num futuro próximo possamos ter esses parceiros trabalhando conosco. Só não fechamos isso até agora porque esta é uma empresa de “dono”. Sendo assim, existem outros fatores envolvidos. E ainda não pensamos em abertura de capital. Primeiro queremos investir em uma associação, depois pensaremos nisso.

Além dessa, que outras possibilidades você vê para o crescimento da Jequiti?
Nosso foco estratégico é muito parecido com o das outras empresas do segmento: perfumaria, tratamento corporal e maquiagem. Esses são os três focos estratégicos da Jequiti. Pretendemos crescer, tornando nossa marca mais conhecida, pois muita gente ainda não a conhece ou, às vezes, ainda tem certo preconceito contra ela por nunca ter experimentado nossos produtos. Pretendemos promover a experimentação da nossa empresa e, paralelamente, inserir cada vez mais marcas desejáveis em nosso portfólio. Em linhas gerais, esse é o nosso objetivo.
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