Artigo de Opinião: O ganha-ganha da comunicação inclusiva e acessível

Artigo de Opinião: O ganha-ganha da comunicação inclusiva e acessível

Enquanto escrevíamos este artigo, a Folha de S.Paulo publicava relevantes conteúdos sobre linguagem de gênero neutra na mídia. Ainda que em seus primeiros passos, emissoras de TV aberta e fechada, plataformas de streaming e editoras vêm expandindo o uso da comunicação inclusiva para além da bolha restrita às redes sociais e ativistas LGBTQIAP+.

Entendemos que o posicionamento da indústria do entretenimento quanto ao uso da comunicação inclusiva impulsionará a ressignificação da comunicação corporativa junto aos stakeholders e shareholders. Ao reconhecer e valorizar a diversidade humana em suas inúmeras formas de ser e existir, por meio de linguagem que considere e vá além de substantivos, artigos e pronomes neutros como ´todes´, ´ile´, dile´, as organizações ganharão não só em vantagem competitiva - por amplitude de vivências e competências, mas também na atenção, engajamento e reputação positiva, a partir da coerência e consistência no exercício de suas responsabilidades sociais.

A mobilização pela inclusão da diversidade vem buscando cada vez mais tornar a sociedade um lugar não mais incômodo para ‘’corpos rejeitados socialmente’’ conviverem. A busca pelo bem-estar social de todes tornou-se a máxima dessas ações coletivas, que exigem modificações de hábitos, costumes e bordões que reiterem qualquer tipo de discriminação a grupos étnico-raciais, mulheres (cis e trans), comunidade LGBTQIAP+, pessoas com deficiência, dentre outros. Termos como o body shaming - referente à discriminação, ridicularização, reprovação ou comentários ofensivos a aparência física, e outros que reforçam racismo e desconforto a grupos étnico-raciais como “criado-mudo”, “lista negra”, “denegrir”, “judiar”, são hoje amplamente questionados. Isso quer dizer que a cultura é uma teia de significados atribuídos pelo ser humano, reiterando o fato de ser orgânica e modificável de acordo com as perspectivas dos séculos.

Sendo a língua e a linguagem um desdobramento da cultura, estas também são passíveis de ressignificações e alterações de palavras do cotidiano, visando maior aceitação. A linguagem inclusiva tem por intuito a acessibilidade e a valorização do encontro do eu com o outro, sendo ambos inteligíveis dentro de suas vivências. Não há mais espaços para que seletos grupos sejam vistos como anormais, incapazes, dentre outras reduções. No encontro do eu com o outro é necessário inclinar-se para ouvi-lo de acordo com o seu universo. Esta é a real definição da empatia.

Pautas como diversidade e inclusão, impulsionadas pela agenda ESG, vêm se tornando ponto de atenção das organizações e um diferencial para os negócios, mas será que no processo de revisão de conceitos, avaliação da consciência coletiva corporativa, mudança de práticas, adaptação de sistemas e a busca por novas formas de se relacionar com colaboradores, investidores, clientes, consumidores, fornecedores, está sendo considerada a importância da acessibilidade, sobretudo na comunicação? Os websites, aplicativos e demais canais de comunicação da organização onde você atua são acessíveis?

Sem acessibilidade não há inclusão de verdade. Precisamos eliminar as barreiras existentes, fornecer conteúdos, produtos e serviços que possam ser consumidos por todas as pessoas, com ou sem deficiência, e praticar diariamente o Universal Design, partindo do princípio de que comunicação inclusiva e acessível é fundamental para o exercício dos direitos humanos, em sintonia ao conceito de equidade presente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
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*Tatiane Paixão é Relações Públicas especialista em Autoridade & Reputação e fundadora da PR4Impact;

**Dandara Domingues é das Ciências Sociais, Diversidade & Inclusão e Pesquisadora das questões de gênero, transgeneridade e queer;

*** Marinalva Cruz é Diretora de Relações Governamentais e Empregabilidade na Associação Turma do Jiló e consultora em políticas para inclusão de pessoas com deficiência.

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