Biomas traduzidos em arte

Pela primeira vez, o Grupo L’Occitane aposta em fornecedores locais, inclusive de embalagens, para o lançamento de uma nova marca, a L’Occitane au Brésil, inspirada emseis biomas brasileiros 
 
 
Como parte de sua nova estratégia de negócios, o grupo francês L’Occitane apresenta a L’Occitane au Brésil, nova marca inspirada em seis biomas do Brasil – Amazônia, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Mata das Araucárias e Mata Atlântica –, e que está sendo lançada primeiro no País para, depois, ganhar o mundo. O fato é emblemático, já que é a primeira vez que a L’Occitane se arrisca a desenvolver um conceito de marca fora de sua fábrica, localizada em Manosque, em Provence, sul da França, sua “terra natal”. A nova L’Occitane au Brésil traz como slogan “Uma nova história cheia de vida”, e foi desenvolvida por  Olivier Baussan, diretor artístico e fundador da marca francesa, com o apoio do time da subsidiária brasileira da companhia e de toda a sua equipe internacional de P&D. Como resultado desse trabalho a múltiplas mãos, vieram à luz duas linhas: Jenipapo do Cerrado e Mandacaru da Caatinga.

Foram mais de dois anos de pesquisa e desenvolvimento. Além disso, a proposta é que cada uma delas represente o encontro entre Olivier Baussan com um ilustrador brasileiro, que traz a expressão do principal ingrediente de cada uma delas nos rótulos. A ideia foi trazer para as fórmulas ativos icônicos de diferentes regiões do Brasil, que nunca haviam sido utilizados pela indústria cosmética. “Estamos muito honrados em levar a cultura e biodiversidade do Brasil para o mundo, de uma maneira inusitada não só para os próprios brasileiros, como também, é claro, para os outros países. Agora, queremos transmitir essa arte de viver que temos em comum com a Provence e torna o Brasil tão instigante”, afirma Benjamin Beaufils, diretor geral do Grupo L’Occitane no Brasil.

Os produtos da marca L’Occitane au Brésil foram criados para gerar atração dos públicos das classes A e B, que estão em busca de itens naturais de alta qualidade. O portfólio das linhas Jenipapo do Cerrado e Mandacaru da Caatinga é composto por itens que vão desde colônia, passando por loções hidratantes, sabonetes nas versões barra, líquido em óleo e em creme, além de shampoos, condicionadores, leave-ins e máscaras capilares, até chegar a cremes corporais reparadores e cremes para as mãos. “Desde o princípio, percebemos que se tirássemos o cenário da Provence do eixo central da linha e colocássemos no Brasil, seria como se tivéssemos duas culturas que conviveram lado a lado e por toda a vida no passado, mas que foram separadas por alguma casualidade. Sabemos que, embora separadas por um oceano, ambas as culturas apresentam e valorizam tradicionalmente a beleza natural”, destaca, por sua vez, Laura Barros, diretora de Marca do grupo.

Qualidade assegurada

O fato de o Grupo L’Occitane trabalhar pela primeira vez com fornecedores locais poderia, em certa medida, ser considerado um entrave no desenvolvimento do projeto da nova marca. Mas isso não aconteceu. Ao contrário, a companhia até se surpreendeu com a qualidade encontrada nos insumos oferecidos pelos parceiros brasileiros, que passaram com nota máxima pelo seu rigoroso crivo de auditoria, homologação e certificação de fornecedores. E, para assegurar que os produtos mantivessem o padrão L’Occitane no quesito embalagem, a empresa fez uso de sua larga expertise internacional. “Tivemos todo um trabalho de desenvolvimento de fornecedores locais. Nossa equipe de Packaging é mista, já que contamos com especialistas, que trabalhavam na fábrica da L’Occitane de Manosque. Assim,fizemos uma transferência de tecnologia e uma mescla de insumos entre o que temos de melhor lá fora e aqui. E, no Brasil você consegue tudo”, elogia Laura Barros.

Todo esse cuidado também se deu no processo de escolhas dos artistas para a produção das ilustrações dos rótulos das embalagens e na integração do trabalho desses profissionais com os fornecedores. Segundo Maria Alice Rocha, gerente de Marketing da L’Occitane, o aporte desse know-how internacional evitou complicações e atrasos no processo: “Conseguimos linkar tudo muito bem para evitar ruídos. Tínhamos gente que vinha da França para cá, a gente também ia muito para lá para casarmos todas as expectativas”, observa.

Outro acontecimento, em particular, gerou empatia imediata: “De saída, conseguimos enxergar um brilho muito intenso nos olhos dos fornecedores locais pelo desenvolvimento. O fato de terem seus nomes associados ao padrão de qualidade da L’Occitane, reconhecido mundialmente, até estimulou muitos deles  a fazerem ajustes em equipamentos de produção para serem homologados. E a verdade é que, sem esse grau de atenção desses nossos parceiros, não teríamos conseguido realizar o projeto. Por isso, eles já são ‘prata da casa’. Só a gente sabe o quanto trabalhamos juntos para chegarmos a esse nível de qualidade”, destaca Maria Alice Rocha.

Já para Laura Barros,  todo o desenvolvimento da L’Occitane au Brésil representou uma excelente oportunidade de aprendizado. “Mantivemos todas as portas abertas, e o trabalho teve como palavras-chave ‘cooperação’ e ‘flexibildade’. A escolha rigorosa dos parceiros para evitar qualquer tipo de falha ou percalço na comunicação foi absolutmente fundamental. E, na parte de embalagem, isso caminhou sem problemas, passando pelas especificações e distribuição dos vidros e das tampas, até chegar ao tipo de etiqueta utilizada, entre outros detalhes. Foram dois anos de desenvolvimento e, nesse período, refazíamos moldes, homologações e tudo mais para que a marca pudesse nascer com qualidade máxima. E todo mundo conseguir se superar’”, reforça a diretora de Marca do grupo.

Riqueza nas formas e nos detalhes
Com exclusividade – e procurando trazer a expressão dos artistas para cada uma das linhas –, Olivier Baussan desenvolveu todas as embalagens da marca L’Occitane au Brésil. O diretor artístico e fundador da marca francesa não utiliza computador para elaborar seus moldes. Ele os faz em gesso, para conferir uma pegada artesanal ao processo, no qual o ‘fazer com as próprias mãos’ tem um appeal e um significado todo especial. E nesse trabalho de edificação, Olivier procurou fazer com que todas as embalagens tivessem algum detalhe diferente, alguma surpresa que foi pensada para trazer a representação do ingrediente que inspirou a linha. “Há um aspecto muito lúdico em tudo isso. A L’Occitane sempre procura trabalhar com o apelo sensorial”, sintetiza Laura.

O artista Andrés Sandoval foi o responsável por dar vida às ilustrações da linha Jenipapo, fruto oriundo do Cerrado brasileiro e que serviu de inspiração para os desenhos. “Nos rótulos e na comunicação dessa linha é possível ver uma ilustração grande feita pelo Andrés. E também fizemos um recorte para expressar a cor do Jenipapo dentro da embalagem”, explica Laura. Já a linha Mandacaru, por sua vez, é representada pela arte em xilogravura do pernambucano Manassés Borges, que passou a vida na Caatinga, crescendo ao lado dessa árvore tão emblemática. “Nesse caso, o artista procurou trazer os raios de sol para a embalagem. Vendo-o de cima, é como se você estivesse olhando os raios de sol da xilogravura. Também quisemos representar não só o cacto mandacaru e sua flor, mas também todas as intervenções locais. Essa planta está dentro do contexto de um bioma, e a gente queria que isso tudo estivesse representado na embalagem. Daí, acrescentamos outros elementos gráficos ao conjunto, como uma casa e um pássaro, entre outros”, complementa a diretora.

Os detalhes se estendem também aos frascos de vidro das águas de colônia. Nesse item, que conta com versões de 100 ml e 300 ml, Olivier Baussan traz a representação do Mercado Municipal de São Paulo, com riqueza de detalhes. Quando se olha o frasco de baixo para cima, é como se vislumbrasse o teto do Mercado. Já o creme de mãos conta com uma embalagem semelhante a outras existentes no mercado, numa composição, entretanto, temperada com um trabalho único de rotulagem. “A diferença existente entre esse produto e outros da L’Occitane Provence é que quando se abre a tampa, ela vem com lacre. São alguns aperfeiçoamentos que fizemos aqui, mas que pretendemos levar para o mundo todo. O best-seller de L’Occitane Provence é o creme de mãos de karitê, que tem a espantosa marca de venda de um produto a cada 15 segundos no mundo”, pontua Laura. Os frascos em PET das linhas Jenipapo do Cerrado e Mandacaru da Caatinga estão sendo fornecidos pela Engratech e Igaratiba. Já as válvulas são produzidos pela Aptar, enquanto os rótulos são da CCL, os cartuchos da Congraf, e os frascos de vidro da SGD.

Identidade visual renovada
Para manter o alinhamento da comunicação da nova marca da L’Occitane à sua proposta mundialmente conhecida, o brand book e a identidade da L’Occitane au Brésil foram desenvolvidos pela B+G com a assinatura de Marilda Castanha, vencedora de dois prêmios Jabuti. Foi ela a responsável pela perfeita representação da floresta brasileira em uma ilustração que será o símbolo da marca. Complementarmente, todo o material de loja – como sacolas, tags e embalagens de presente – irão contar com a imagem institucional e palavras em português como ‘Obrigado!’, ‘Felicidades’ e ‘Aproveite’, que também serão utilizadas, no mesmo formato, na comunicação nos outros países nos quais a marcas será comercializada. Foi mais uma forma encontrada por L’Occitane Au Brésil de disseminar a cultura e linguagem do Brasil, assim como faz, de maneira tão particular, com o  formato encontrado para fazê-lo com a L’Occitane en Provence.

“Com essa identidade visual da marca, quisemos disseminar, além da assinatura do artista, as características do Brasil ou o estilo de vida brasileiro, que são bastante diferenciados. No caso das colônias, a proposta de sua embalagem era trazer não só a representação gráfica do artista, mas também todas as histórias. É como se fosse algo auto-explicativo. Se a consumidora chega na loja, ela consegue entender o que é o bioma, o que é o ingrediente, qual é a parceira. É possível entender não só o papel do Olivier Baussan, que é o fundador, mas também do artista, além dos principais benefícios do Jenipapo”, finaliza Maria Alice Rocha.
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