Clássicos da perfumaria - Cheirinho de Bebê: aroma lúdico

Cheirinho de Bebê é um clássico em sua essência por trazer um apelo afetivo universal. E 19 anos após o lançamento da marca, que nasceu sem grandes pretensões, a linha internacionalizou-se e hoje é uma empresa própria dentro da Kanitz. Trata-se de uma colônia infantil de poder
 

Sabe aquele aroma de casa que acabou de ganhar uma criança? O quartinho decorado, lençóis bordados com o nome do rebento, brinquedinhos por todos os lados e aquele perfume inconfundível de bebê que nos dá a deliciosa sensação de aconchego. Freud deve explicar, mas o fato é que a infância, desde nossos primeiros dias de vida, é aquele “lugar” no tempo no qual tudo parecia mais fácil e feliz. Onde o lúdico era a realidade e tudo era docemente perfumado.

Em 1995, a pedido da Kanitz, o, na época, perfumista da Mane, Renato Salvi, parece ter achado a fórmula da nostalgia feliz ao criar a fragrância de Cheirinho de bebê. Sem grandes pretensões comerciais, o perfume foi planejado e nasceu para complementar uma linha de splashes que contava com outras quatro fragrâncias – duas masculinas e duas femininas –, a quinta viria para atender ao público infantil.

Surpreendentemente o produto foi um sucesso. Para os consumidores, a fragrância trazia um apelo emocional único e, de fato, cheirava a bebê. Vale destacar que, em 19 anos de estrada, a marca (Cheirinho de Bebê) sempre trouxe bons ganhos comerciais para a Kanitz, nunca prejuízo. Porém, tantos anos de índices positivos não podem ser creditados apenas à fragrância, prova disso é que, de acordo com o presidente da Kanitz, Celso Dantas, outras marcas copiaram o perfume de Cheirinho de Bebê e a marca não perdeu seu espaço no mercado. “Acreditamos que o sucesso de vendas inicial se deu por conta da fragrância sim, mas, jamais teríamos mantido esse sucesso sem o investimento feito em qualidade e confiabilidade”, confirma Celso Dantas.

Como processo natural, a linha se expandiu, e hoje divide-se em Rosa, Blue e Lavandita. As três contam com colônias, shampoos, condicionadores, sabonetes em barra, sabonetes líquido glicerinados, loções hidratantes e cremes para pentear. E também se internacionalizou. Cheirinho de Bebê é vendido no Estados Unidos, no Japão, na Inglaterra, na França e em alguns países da América Central. Prova de que a nostalgia feliz da infância que a fragrância da marca desperta é universal. A variante Rosa foi a primeira Colônia Cheirinho de Bebê e ela pode ser descrita olfativamente como uma fragrâncias top fresh (tartine e chocolate), sobre um corpo floral jasmin adocicado.

“Todo mundo adora. Todo mundo usa”
Cheirinho de Bebê foi criada como específica para o público infantil – não à toa, o mascote da linha é o rinoceronte Belo – e com apelo popular, os produtos são vendidos em farmácias, drogarias e supermercados por um preço bastante acessível. No entanto, essas fronteiras se expandiram e fizeram a Kanitz, inclusive, reavaliar sua campanha de marketing. Na última propaganda da marca veiculada na TV, o slogan era “Cheirinho de Bebê. Todo mundo usa”. Porém, seu slogan padrão é: “Cheirinho de Bebê. Todo mundo adooora...”.

Levar em consideração que o Brasil é o maior mercado consumidor do mundo no segmento de fragrâncias nos ajuda a compreender o fato. Para o presidente da Kanitz, a cultura brasileira de usar diversos perfumes e ter um preferido para o pós-banho e pré-sono é o que justifica o uso de Cheirinho de Bebê também entre adultos. “É da cultura nacional ter uma fragrância pós-banho para dormir, de estimação, e Cheirinho de Bebê é essa fragrância. Existe o apelo emocional, a nostalgia doce da infância e uma identidade olfativa lúdica. Quem não gosta de dormir sentindo cheirinho de bebê?” Nesse sentido a divisão social – bem como todas as outras – também é extinta, nas palavras de Celso Dantas: “Cheirinho de Bebê é pra quem gosta.”
 

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