De volta ao jogo, de novo

De volta ao jogo, de novo
Desde o final dos anos 1990, a tradicional marca Pierre Alexander - que teve o seu auge nos anos 1980 - vive movimentos de retomada dos negócios.

Em 2010, Márcio Mansur e Eduardo Luppi, executivos de sucesso e ex-vice-presidentes na Natura, resolveram encarar o desafio de reconstruir os tempos de glória da empresa. O dinheiro era curto, de fato, mas faltava aos novos empresários a real noção do que era tocar uma empresa pequena, com todas as suas privações e restrições. "Meu salto de empreendedor mesmo foi há três anos", reconhece Mansur, que assumiu a participação de outros três sócios ao longo dos últimos anos e hoje é o único acionista da empresa. Nesse processo, o empresário recuou para fortalecer sua posição na região Sul, em especial o Rio Grande, estado de origem da marca e que é o segundo mais importante para a empresa, atrás apenas de São Paulo.
 
O movimento estratégico rendeu bons frutos para a empresa. Segundo Mansur, a companhia cresceu 20% em 2017 e 28% no ano passado. Para 2019 a projeção é de mais um ano com 20% de crescimento. "Hoje, a Pierre Alexander está no momento de achar o seu espaço", explica o empresário. A empresa opera na venda direta mononível, em alguns lugares com binível. Mas é o máximo até o momento. "Eu sou um tradicionalista, daqueles que acredita nas reuniões de ciclo... O meu nicho é o de manter o relacionamento. Nós estendemos as mãos para as consultoras começarem o seu negócio, mesmo em dificuldades. Com as vicissitudes da vida, acredito que na hora que eu estendo a mão, a pessoa a estenderá para mim depois caso precise", diz ele. Muito do crescimento da empresa nos últimos três anos é decorrente de uma migração de revendedoras que atuavam para outras marcas, notadamente a Avon, e que vieram à Pierre Alexander em busca de um relacionamento mais próximo e pessoal. Agora, Mansur reconhece que esse movimento também se deu em cima de pessoas que já conheciam a marca. Por anos a empresa se manteve vendendo os mesmos produtos do seu portfólio, há tempos sem um novo desenvolvimento.

A base de 14.600 consultoras da Pierre Alexander gera um pedido médio com ticket de R$ 310. É um número alto na venda direta, mas baixo para os padrões da empresa. Por isso, a retomada dos lançamentos representa uma oportunidade para elevar esse ticket.

O primeiro dos novos lançamentos da marca foi a fragrância Lygia, inspirada pela mãe do empresário. Mais do que uma nova fragrância, Lygia marca uma espécie de renascer da marca no mercado. Ela não muda o posicionamento de preços da marca, que sempre operou nas faixas mais altas do mercado de venda direta, mas muda a forma de como nos apresentamos ao mercado. A Nos próximos meses, mais dois perfumes devem ser lançados, além de produtos de outras categorias e do redesenho de linhas tradicionais. Será um movimento importante para que a empresa saia do patamar atual de faturamento, de R$ 42 milhões, para os R$ 100 milhões até o final de 2022. Mas esse crescimento só irá acontecer de forma controlada. "Como o custo do capital no Brasil é extremamente elevado, é preciso controlar o crescimento, para não trocar os pés pelas mãos", conclui.
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