Herói de Guerra

Herói de Guerra

O Carbopol®, marca registrada de carbômero da Lubrizol e ingrediente-chave na produção de álcool em gel desempenhou papel fundamental no combate à pandemia em todo o mundo

Entre meados de março e boa parte de abril foi quase impossível que você não tenha escutado, ao menos uma vez, o nome Carbopol ser pronunciado e escrito na grande mídia. Equivocadamente usado como sinônimo de carbômero – uma das matérias-primas mais utilizadas pela indústria de higiene pessoal e beleza para estabilizar emulsões e dar viscosidade em formulações, a marca da Lubrizol caiu na boca do povo. O Carbopol em pó é um ingrediente fundamental para a produção de álcool em gel, que por motivos óbvios se tornou um item essencial para o combate à crise do Coronavírus em todo o mundo.

A marca é tão representativa da categoria que as pessoas a usam como sinônimo da matéria-prima. Outros muitos fabricantes de carbômeros também usaram, de forma indevida, a marca Carbopol que possui inúmeras tecnologias e especialidades para diferentes aplicações e é pioneira no mercado de modificadores reológicos e espessantes. A Lubrizol acompanha esse uso da marca de maneira equivocada e vem notificando o mercado e empresas para que as comunicações e posicionamentos de produtos aconteçam de maneira correta.

Com o mundo inteiro afetado pela COVID-19, a busca mundial pelo ingrediente cresceu exponencialmente em um curtíssimo intervalo de tempo, levando a Lubrizol a dar respostas rápidas e assertivas em relação à oferta de um item que passou a ser fundamental para a preservação da vida.

Neste momento no qual o mercado literalmente parou de funcionar, ter um ingrediente disputado pelo mundo inteiro pode até parecer um problema bom para quem olha de fora. Mas, dadas as circunstâncias e a natureza dessa crise, na prática a situação foi bastante crítica para a equipe da Lubrizol.

“Foram dias difíceis para o time global, para mim e para a minha equipe”, lembra Renata Solfredini, diretora na América Latina da Lubrizol Life Science, unidade que atende aos mercados de beleza e higiene, saúde e cuidados com o lar.

Por semanas, a executiva foi uma das pessoas mais acionadas de toda a indústria cosmética. Com uma demanda muitas vezes superior à oferta, o time da Lubrizol precisou lidar com o peso da responsabilidade em um nível nunca visto antes. “Desde o primeiro dia da crise estabelecemos uma comunicação transparente com todos os nossos clientes, inclusive os potenciais. Naturalmente, as empresas que já eram clientes tiveram prioridades de volume, porém a Lubrizol não deixou de discutir e atender todos os novos potenciais clientes, obviamente avaliando as circunstâncias momentâneas e entendendo a melhor maneira de suprir suas necessidades”, garante Renata.

Um critério importante adotado no momento de definir a destinação de volumes foi priorizar os parceiros que já tinham o item no seu portfólio e, portanto, poderiam fazer o produto chegar aos consumidores e profissionais de saúde com maior rapidez.  “Fomos atendendo aos nossos clientes que já eram parceiros na medida do possível. Mas, o time sofreu bastante, pois a pressão e a vontade de atender aos clientes (com limitações para fazê-lo) pesou em toda a equipe”, confessa a diretora da Lubrizol Life Science.

Solução, não problema
Se algo ficou bastante evidente nos últimos meses, é que o Carbopol não foi o problema, mas sim uma solução para o mercado, uma tecnologia que continua sendo vital para o desenvolvimento em diversas áreas.

Criado há mais de 50 anos, o ingrediente da Lubrizol provou ser essencial. “Em momentos de crise, como a pandemia que estamos vivendo, a criticidade do material torna-se ainda mais relevante, suplantando qualquer conversa sobre o fato de um produto ser sintético ou não”, acredita Renata. Mesmo investindo muito na vegetalização do seu portfólio, a diretora da Lubrizol reforça que o Carbopol, um ingrediente sintético, sempre foi uma das estrelas do portfólio da empresa, que vem investido para aperfeiçoar as tecnologias empregadas na produção dessa linha de produtos ao longo das últimas décadas.

Respeito com o mercado
Uma das consequências mais óbvias de qualquer situação de um choque de oferta como o que afetou o mercado global de carbômeros é o seu impacto sobre os preços. As vendas da linha Carbopol foram multiplicadas por cinco mesmo com as limitações momentâneas para atender a toda procura.

No caso de demanda muito superior à oferta, o natural é um acréscimo substancial de preços do material afetado, inclusive com um aumento astronômico de valores.

Ciente da sua responsabilidade na guerra ao Coronavírus, a Lubrizol deixou claro desde o primeiro dia da crise que a empresa não atuaria de forma oportunista frente a grave situação. “No nosso caso, os preços podem ter sido impactados por outros elementos como câmbio e custos com fretes (que subiram muito), incluído fretes aéreos em algumas situações”, explica Renata Solfredini. Mesmo assim, a executiva conta que boa parte dos custos com o aumento destes fretes foi absorvido pela própria Lubrizol.

Investimentos de guerra
O Carbopol em pó é fabricado na principal planta da Lubrizol, nos Estados Unidos e, para responder rapidamente a necessidade da sociedade por álcool em gel, a empresa otimizou ao máximo sua capacidade de produção. Na verdade, desde antes da pandemia, a Lubrizol ampliou os investimentos nas linhas de produção de Carbopol em pó, uma vez que a demanda pelo material – utilizado por diferentes indústrias – vinha crescendo. “O que aconteceu é que esses investimentos foram acelerados para aumentar a capacidade de produção”, reforça a diretora da empresa.

Alternativas internas
Embora o mercado esteja muito mais abastecido hoje do que em fevereiro e março, ainda existe uma demanda real que é um pouco superior à capacidade da Lubrizol, mesmo com todos os investimentos realizados para suprir o mercado com o Carbopol em pó. E como não existe a produção no Brasil dos carbômeros em pó da família Carbopol, foi preciso pensar em soluções alternativas.

Isso fez com que a própria Lubrizol fosse a primeira empresa do mercado de matérias-primas a trabalhar com alternativas para ajudar o mercado a suprir a demanda imediata. “Buscamos dentro do nosso portfólio os ingredientes que poderiam ser usados de forma similar e chegamos à conclusão de que as versões de Carbopol líquido, fabricados localmente pela Lubrizol no interior de São Paulo, ofereciam uma boa solução para o momento”, explica Renata Solfredini.

Claro que o Carbopol líquido não oferece idêntica performance e sensorial para o álcool em gel que a sua versão em pó, que garante a viscosidade e o toque seco e agradável ao produto, mas com o balanço adequado na formulação, passou a ser uma opção de qualidade para atender o mercado de forma imediata, em especial os novos produtores com um ingrediente de qualidade superior às alternativas que vêm sendo encontradas. “Vimos uma leva de empresas oferecendo modificadores reológicos líquidos. Só que mesmo utilizando o mesmo INCI Name, esses materiais apresentam sensorial e after feel muito inferior ao Carbopol líquido. Isso graças ao nosso processo patenteado que garante um sensorial diferente, se comparado aos outros produtos de mercado”, explica a diretora.

Manter a qualidade do produto, em especial o seu sensorial, será fundamental para as marcas que queiram permanecer na categoria que continuará aquecida nos próximos meses e, que deve prosseguir em patamares bem mais elevados de consumo para sempre. “Uma hora a situação de abastecimento vai normalizar e produtos de baixa qualidade não permanecerão. Mas, vejo várias empresas que entraram seriamente nesse segmento e se manterão nele. O consumidor vai ter um shift e o álcool em gel será um item de prateleira de uso constante para o consumidor. Não será mais um produto escondido entre outros itens de higiene antes vistos como mais relevantes”, complementa Renata.  Ela lembra que em outros países, o uso de álcool em gel é mais disseminado, o que não acontecia no Brasil.

Mercado aquecido na retomada
Ainda que em escala menor, o afrouxamento das regras de distanciamento social e a retomada da circulação de uma maior parte da população gerará um novo aumento na demanda por álcool em gel. “Hoje, temos a percepção de que as gôndolas estão cheias de álcool em gel, mas esperamos um repique de consumo na reabertura conforme o mercado se normalizar”, diz a executiva.

Renata acredita que este mercado deve se estabilizar num patamar cerca de três vezes maior do que o produto movimentava antes da pandemia, ao contrário de outras crises sanitárias que também tiveram um pico de consumo de álcool em gel que depois foi praticamente esquecido nas prateleiras. “Esse item foi inserido na nossa rotina e acredito que essa nova realidade, não tenha volta”, complementa.

A Lubrizol não pretende desmobilizar os esforços na oferta do Carbopol em pó. Com o mercado estabilizado, ainda que em patamares muito mais altos, Renata garante que a empresa não vislumbra problemas para o atendimento no médio prazo, mas, caso seja preciso, seguirá investindo em novas linhas de materiais para evoluir com o mercado.

Isso será importante, inclusive, para que as marcas que pretendem se manter no segmento de álcool em gel, agreguem mais diferenciais ao produto, uma vez que haverá muito mais concorrentes relevantes. “Em algum momento, surgirão novas demandas e nosso time de pesquisa já começou a olhar mais a fundo para isso”, explica Renata. Mas a diretora também reforça o comprometimento da empresa e sua equipe para atender a demanda atual, ainda crítica. “Nossa prioridade principal é atender as demandas de curto prazo, olhando para os produtos que estão disponíveis agora. Priorização do que é importante neste momento é o que o mercado espera da gente”, conclui Renata Solfredini.

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