Uma das joias do negócio entre a P&G e a Coty, a licença para perfumes e cosméticos da Dolce&Gabbana não vai fazer parte do negócio. De acordo com informações da P&G, a grife italiana não concordou com a transferência da licença - um direito da empresa garantido em contrato - para a Coty. A P&G deixou claro que não vai continuar no negócio de perfumaria e está em tratativas para resolver a questão com a Dolce&Gabbana. Com a recusa, a grife italiana tem duas opções: colocar a sua licença em leilão no mercado cobrando um alto valor de adiantamento do vencedor ou, assumir para si a gestão do seu negócio de beleza. Com vendas anuais de pouco mais de um bilhão de euros, incorporar toda a receita do negócio de perfumaria poderia turbinar o resultado da empresa, já que as vendas globais de produtos de beleza da marca - principalmente perfumes, mas também uma linha de maquiagens e alguns itens de pele - são estimadas em mais de US$ 500 milhões ao ano. A grife britânica Burberry fez um movimento parecido em 2014, assumindo para si a gestão do seu negócio de beleza, cuja licença estava nas mãos da Interparfums. Atualmente, a Dolce&Gabbana licencia apenas os seus produtos de beleza e os óculos. Todos os outros produtos da marca são geridos pela própria grife.

Além da Dolce&Gabbana, a cantora Christina Aguilera também não aceitou a transferência do seu licenciamento para a Coty, reduzindo o volume de marcas envolvidas na operação de 43 para 41, o que vai interferir no preço final da operação. O prazo estimado para a conclusão da transação segue sendo o segundo semestre deste ano.