O que a compra da Aesop pode oferecer à Natura?

A gigante Natura está claramente comprometida com o foco na evolução dos seus negócios no Brasil e na América Latina. O que não quer dizer que a companhia não possa aproveitar oportunidades fora da região, que lhe serão importantes em um processo de internacionalização futura. Essa foi, provavelmente, uma das razões que levaram a empresa a adquirir 65% da companhia australiana Aesop, por cerca de R$ 145 milhões.

 A Aesop foi fundada em 1987, em Melbourne em 1987, por Dennis Paphitis, um cabeleireiro - único filho homem em uma família de imigrantes gregos de barbeiros,  que se tornou químico e posteriormente empreendedor. A empresa desenvolve produtos especiais para pele, cabelo e corpo, utilizando ingredientes botânicos e posicionamento de preços premium. Hoje, a Aesop opera 61 lojas, em 11 países, como Estados Unidos, França e Japão, além de estar presente nas principais lojas de departamento da Austrália. De acordo com a Natura, nos 12 meses que se encerram em junho de 2013, a empresa deve gerar cerca de R$ 135 milhões em vendas.

Segundo informações da imprensa australiana, o negócio pode ter sido uma “pechincha” para a Natura. A Aesop estava à venda há um ano, e, de acordo com informações da revista local SmartCompany, o valor da operação ficou significativamente abaixo das expectativas iniciais, que chegaram a estimar o valor de venda da companhia em mais de R$ 300 milhões. O mesmo veículo aponta para vendas anuais na casa dos R$ 100 milhões.

Dennis Paphitis, seguirá com uma participação de 25% da empresa, enquanto o CEO Michael O’Keeffe e outros executivos da companhia manterão a participação de 10% que já detinham. 

A Natura e a Aesop continuarão a operar independentemente, mas compartilharão competências e conhecimento técnico local que, em longo prazo, poderá levar a Aesop a entrar no mercado brasileiro e a Natura a explorar o conceito de lojas especializadas em outros mercados. Para Alessandro Carlucci, presidente da Natura, o investimento na Aesop é consistente com a estratégia de longo prazo de alinhamento com marcas de nível mundial, com proposta de valor sólida e exposição a mercados além da América Latina. Apesar disso, o executivo faz questão de ressaltar que a Natura permanece completamente comprometida com o canal de venda direta na América Latina, que continua a ganhar participação de mercado e a se expandir.
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