Temporada de balanços: operações internacionais seguem puxando o crescimento da Natura

A Natura, maior fabricante de cosméticos do país, fechou 2014 com vendas líquidas de R$ 7,4 bilhões. O resultado é 5,7% superior ao de 2013. O lucro líquido no ano foi de R$ 732,8 milhões, inferior aos R$ 842,6 milhões auferidos em 2013. O Ebitda do ano, de R$ 1,5 bilhão, apresentou retração de 3,4% em comparação com o ano anterior. A empresa concluiu em 2014 um ciclo de investimentos de R$ 2 bilhões destinados à evolução da infraestrutura tecnológica, produtiva e logística no Brasil.

Motor do crescimento
As Operações Internacionais da empresa de venda direta continuam respondendo pela maior parte do crescimento da Natura. O avanço em 2014 foi de 25,6%. A Natura já soma cerca de 420 mil consultoras nas suas operações na América Latina, responsáveis por gerar 19,2% da receita da companhia (ante 16,1% em 2013).
No conjunto dos cinco países em que opera, a Natura obteve expansão de lucratividade e aumento de preferência de marca. No Chile, Argentina e Peru a marca já está entre as preferidas pelas consumidoras.

Já a Aesop, marca de origem australiana controlada pela Natura, abriu 18 lojas em 2014 e encerrou o ano com 98 pontos em 14 países (Alemanha, Estados Unidos, Noruega, Japão, entre outros).
 
Mercado local ainda difícil
No Brasil, onde a Natura gerou R$ 6 bilhões em receitas líquidas no ano de 2014, o crescimento foi bem mais modesto, de 1,9% em comparação com o ano anterior. Os resultados ficaram abaixo das expectativas e aquém da capacidade da Natura, segundo comunicado da própria empresa. “Nossa prioridade é a retomada do crescimento no Brasil. Tendo como base nossos fundamentos, estamos focados em construir uma organização mais simples, ágil e próxima de nossas consultoras”, afirma Roberto Pedote, vice-presidente de Finanças e Relações Institucionais da Natura.

De janeiro a outubro de 2014, o mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (excluindo descartáveis e higiene oral) de beleza obteve crescimento de 14% no Brasil,segundo dados da Abihpec - entidade que congrega as empresas do setor -, com destaque para a categoria de higiene pessoal, especialmente sabonetes, cabelos e desodorantes. No fechamento de 2013, a Natura, que viu a sua participação de mercado naquele ano cair 1,2 ponto percentual, havia sinalizado uma tendência de reversão dessa perda. Mas em 2014, no mesmo período, a companhia perdeu mais 1,4 ponto percentual de participação no mercado-alvo, para 19,1%. De acordo com a empresa, a queda aconteceu mesmo com o bom desempenho observado no segmento de perfumaria, no qual a Natura fez lançamentos importantes como a fragrância masculina Urbano, a feminina Luna e os refis para fragrâncias da linha Ekos. Isoladamente, o market share da Natura em cosméticos (produtos para pele, maquiagem e perfumes), teve queda de 0,5 ponto percentual, ficando em 30,5%.Em higiene pessoal, a queda foi de 1,6 ponto percentual, para 9,8%.

“Continuaremos a investir na evolução do nosso canal de venda direta, com uma maior individualização da nossa oferta. Também apoiaremos o crescimento da Rede Natura, formato digital que amplia as opções de acesso dos consumidores aos nossos produtos e às consultoras”, complementa o executivo, que vai se desligar da empresas em 30 de abril.

Para 2015, o objetivo é seguir com o aumento da rede de consultoras e a consolidação da marca na América Latina e a abartura de novas lojas e mercados para a Aesop. Iniciando um novo ciclo de investimentos, a Natura vai aportar R$ 385 milhões, principalmente na evolução do modelo comercial e na expansão da tecnologia da informação (SAP) e logística nas operações internacionais.  

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