Grupo Boticário premia fornecedores de destaque

No último dia 18 de abril, o Grupo Boticário realizou em um Buffet na capital paranaense, o seu tradicional Encontro de Fornecedores. Na sua 16º edição, o evento reuniu representantes de cerca de 70 fornecedores de matérias-primas, fragrâncias e embalagens estratégicos para o grupo, que foram ouvir dos diretores e executivos da companhia uma análise do trabalho realizado em 2012, as estratégias do Grupo Boticário para 2013 e o que eles esperam dos seus principais fornecedores para que estes acompanhem o forte ritmo de crescimento da empresa de São José dos Pinhais.

"É um trabalho que realizamos desde 1997, e para nós é uma maneira que temos de trabalhar com essa turma mais estratégica, trazendo eles para o nosso mundo, mostrando um pouco dos nossos resultados. Mas, mais do que isso, mostrar para eles aonde nós queremos ir e mostrar o que temos de expectativas com relação a eles para que possamos trabalhar de uma forma mais equilibrada e assertiva", explica o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum.

O Encontro de Fornecedores é parte do Programa de Avaliação e Desenvolvimento de Fornecedores (PADF) do Grupo Boticário. É por meio dele que a companhia busca alinhar e afinar o trabalho com os seus principais fornecedores, avaliando-os sob diferentes aspectos e apontando onde estão as possibilidades de melhoria no trabalho. “ Eles tem uma visão de colaborar e ajudar o fornecedor a melhorar, sem recriminar. É uma visão construtiva e não destrutiva da avaliação e da nota do fornecedor”, avalia Bruno Baptista, diretor comercial da Antilhas, que fornece sacolas e cartuchos para o Grupo Boticário.

O PADF é um programa contínuo de avaliação que envolve os fornecedores estratégicos da empresa. Para definir esse grupo, que hoje é composto por 70 empresas – divididas entre empresas de insumos diretos e fornecedores de insumos indiretos e serviços, o Grupo Boticário empreende uma análise com critérios bastante claros, como explica o gerente de compras da companhia Veridiano Andrade: “os critério são muito bem estabelecidos, já são 16 anos que nós rodamos esse programa. A participação nesse grupo envolve a análise de critérios financeiros – como o peso que o fornecedor tem dentro do nosso negócio e o impacto que ele tem no nosso resultado; critérios mercadológicos - como o grau de dificuldade dos projetos que ele se envolveu, o grau de inovação que ele pode trazer para o nosso negócio também são considerados, além do tamanho do risco que nós temos na cadeia desse abastecimento, o grau de dependência e o grau de substituibilidade desse fornecedor. É uma via de mão dupla, ele é estratégico para a gente,  e nós também temos que ser estratégicos para eles”.

Apesar dessa base de 70 fornecedores estratégicos representar um percentual muito pequeno dentre os mais de seis mil fornecedores cadastrados do Grupo Boticário, eles respondem 77% das compras, no caso dos fornecedores diretos e 40%  no caso dos fornecedores indiretos e de serviços.

A avaliação desses fornecedores estratégicos por meio do PADF do Grupo Boticário, engloba cinco grandes tópicos, como Qualidade (com atributos como qualidade de produto, qualidade assegurada e gestão de processo), Logística (flexibilidade e pontualidade, ou seja a qualidade da entrega) e Comercial (flexibilidade nas negociações).

Outro critério avaliado e que mostra o quão evoluída e estratégica é a relação do Grupo Boticário com seus fornecedores é o Índice de Custo de Fornecimento. Esse tópico mede o impacto da ineficiência na relação dentro dos negócios da companhia. “Nós conseguimos quantificar os eventuais problemas de fornecimento e saber como isso impactou no nosso negócio. É o que nós chamamos de custo oculto, que a gente não cobra mas tem como quantificar”, explica Veridiano. E o impacto financeiro não é pequeno, como revela o gerente de suprimentos do Grupo Boticário, André Leal: “Em 2012, um terço da ruptura na ponta (nas lojas), se deveu a problemas na cadeia de fornecimento. Isso representa 10 pontos percentuais de não atendimento. É muito dinheiro. Considerando uma base 100, que eu vendo na ponta com um valor substancialmente maior, cada  ponto percentual é um valor muito grande de recurso”.

Outro critério importante para a avaliação é a Sustentabilidade. No caso aqui, o grau de aderência que um determinado fornecedor tem ao modelo de gestão de sustentabilidade do grupo e o grau  de aplicabilidade desse modelo dentro dos processos dele. Além de entrar na avaliação geral, o quesito sustentabilidade serve de base para um Prêmio Especial, concedido pelo Grupo Boticário à empresa que mais se destacou nesse critério.

Por fim, de um total de 100 pontos avaliados, existem sete que são enquadrados na categoria qualidade de serviço. Para a análise desses tópicos, são envolvidas todas as áreas da empresa com a a qual esse fornecedor tem algum relacionamento. “Aqui estamos falando de conhecimento técnico, de recursos tecnológicos, do relacionamento interpessoal, de inovação e criatividade,  proatividade de mercado e proatividade de produto” diz o gerente de compras.

Processo rico
Com todos esses pontos avaliados, as equipes de compras e suprimentos fecham um ranking que qualifica esses fornecedores nesses pontos em diferentes níveis, de excelente até insuficiente. Com essa análise em mãos, é realizada uma reunião multifuncional, onde todas as áreas participam das discussões que envolvem suas respectivas responsabilidades, para gerar o consenso dos resultados. Já nos critérios de qualidade de serviços, é realizada uma grande discussão, mediada pela área de compras. “O feedback continuo em busca da excelência é um dos propósitos desse sistema de avaliação, e sim, ele vem trazendo resultados extremamente positivos”, acredita Marselha Tinelli, gerente de categoria Perfumaria de O Boticário

Ao final de todo esse processo, o Grupo Boticário apresenta para cada um dos fornecedores os resultados da avaliação. “O ponto mais importante, o rico desse processo que dá a ele a credibilidade que ele tem no mercado hoje é justamente o pós-evento, quando fazemos a devolutiva analisando com o cliente cada quesito, cada atributo, com a resposta da área que influenciou a nota para baixo ou para a cima. Isso é o que faz com que o fornecedor possa incrementar o trabalho deles no futuro e formatar os seus planos de ação. O que nós ouvimos de todos os fornecedores, é que esse é o programa mais perene do mercado”, comemora Veridiano. “Damos muito valor para esse processo, porque consideramos o sistema de avaliação de fornecedores mais estruturado do mercado. Ele é consistente porque temos uma devolutiva completa de quais são as oportunidades de melhoria, o por que de cada nota, o comentário das pessoas envolvidas na avaliação, o que precisa ser feito para ela melhorar, para atingir o nível de excelência”, corrobora Bruno, da Antilhas. O diretor da casa de fragrâncias francesa Mane, Mirko Tomazelli, explica que o processo influi de maneira positiva e construtiva no trabalho da empresa. “Após o evento eles sentam com a gente e nos explicam todos os pontos onde nós precisamos melhorar”.

Com a devolutiva, os clientes podem preparar os seus planos para atender da melhor maneira possível, as necessidades e objetivas das diferentes unidades de negócio do grupo. “A devolutiva é um processo bastante estruturado, que nos dá uma direção bastante clara de onde atacar. Com base nela, nós planejamos ações bastante estratégicas que tomaremos para melhorar ainda mais a performance do nosso trabalho”, revela o vice-presidente da casa de fragrâncias e ingredientes alemã Symrise, Ricardo Omori.

O mais importante na avaliação contínua e no relacionamento próximo é que os fornecedores mostrem para os executivos do grupo se eles estão sentindo algum tipo de dificuldade. “ Quanto antes eles alertarem, nos trazerem para dentro do problema deles, nós teremos mais condições de ajudar-los a sair desse processo”, explica Veridiano. Richard Schwarzer, diretor de P&D do Grupo Boticário, lembra que um dos objetivos do trabalho de avaliação contínua é pemitir que o fornecedor saiba em que nível está o seu trabalho. “Não queremos que seja uma surpresa para um fornecedor Ouro a premiação que ele teve aqui, mas que ele saiba que conquistou o Ouro dele ao longo do tempo. E que esse Ouro seja cada vez mais difícil de ser conquistado em função de uma escalada da régua, e não por algum tipo de dificuldade do fornecedor”.

Para Veridiano, o monitoramento permite que, de maneira transparente, o grupo possa dizer para um fornecedor “ou você começa a evoluir para o caminho que nós buscamos, ou nós teremos que buscar alternativas. Nós temos a nossa estratégia com visão de três anos. Se o fornecedor entra em um ciclo do qual ele não consegue se recuperar, nós temos que ir atrás de alternativas para não quebrar a nossa cadeia de fornecimento”. E as reuniões de monitoramento não se limitam a área gerencial. Elas podem chegar ao nível de board global, com os altos executivos vindo de fora para discutir com a diretoria executiva do grupo em São José dos Pinhais.

Flávio Ursini, executivo responsável pela atendimento do Grupo Boticário na casa de fragrâncias Givaudan, explica que com o crescimento dos negócios da companhia é um desafio cada dia maior atender todas as necessidades e demandas e, ainda, promover um serviço de alto nível. “Para o próximo ano a expectativa é que participemos de maneira mais efetiva de algumas ações de sustentabilidade. Estamos muito próximos do Grupo Boticário, da cadeia de valor, no sentido de promover o conceito ganha-ganha onde podemos otimizar a fabricação de fragrâncias, atendendo em um volume ótimo e, ao mesmo tempo, diminuindo o impacto na cadeia de sustentabilidade. E pelo que a gente viu, o grupo está muito aberto a esse tipo de iniciativa. É uma forma de tirar a gente da zona de conforto e nos forçar a buscar alternativas mais criativas”.

Naturalmente, existe uma pressão do grupo para que seus fornecedores se preparem para acompanhar o avanço dos negócios do Grupo Boticário, mas, como lembra André Leal, tudo isso é feito sem terrorismo. “É uma relação muito amistosa, muito amiga. É um puxão de orelha para o bem, para todo mundo entender para onde precisa correr”. E é melhor que todos corram para o mesmo lado, pois afinal, a quebra de fornecimento de um fornecedor significa a quebra de vendas das marcas do grupo e, também dos outros fornecedores. “Eu dou a projeção de vendas e eles tem que me garantir o abastecimento. Quanto mais eu vendo, mais eles vendem aqui - todo mundo está disposto a ganhar mais”, complementa o executivo do Grupo Boticário.
 
A cereja do Bolo
Depois de um dia intenso, com apresentações de estratégias e alguns “puxões” de orelha, o evento chega ao seu ápice, com a premiação dos fornecedores que mais se destacaram na avaliação do Grupo Boticário. “Quem fala que não gosta de premiação e de reconhecimento está brincando, ou nunca ganhou uma”, brinca a executiva Hidely Herbelha, que cuida da conta do Grupo Boticário na casa de fragrâncias IFF. A empresa norte-americana foi uma das três qualificadas na categoria OURO, junto com a fabricante de embalagens MWV Rigesa e com a casa de fragrâncias suíça Firmenich, que também ganhou o Prêmio Especial de Sustentabilidade.  “O Grupo Boticário é muito organizado e muito ético no processo todo de PADF. Agente acompanha todas as etapas e tem um processo muito claro de cada quesito em que somos pontuados. O processo é muito claro. E da parte da IFF, nós temos foco. Não é algo que nasceu no ano passado, dois anos atrás... mas sim 18 anos atrás, quando a IFF decidiu dar foco e alocar recursos para o trabalho com O Boticário.  Eu acredito que isso vem coroar todo esse trabalho”, comemora Hidely.
 
É certo que ao longo dos 16 anos de vida, o Programa de Avaliação e Desenvolvimento de Fornecedores do Grupo Boticário evoluiu demais. Mas o espirito que norteou a sua criação segue o mesmo, como explica o seu fundador e presidente do conselho Miguel Krigsner: “Sempre houve uma preocupação muito grande para o Grupo Boticário em ter uma proximidade com os seus fornecedores. Há 16 anos, nós eramos era uma empresa de médio porte, que precisava ter uma intimidade cada vez maior com os seus fornecedores, para trocar ideias em relação a sua estratégia, fazer com que esses fornecedores - que foram se tornando cada vez mais estratégicos, conhecessem o que O Boticário pretendia fazer dentro da sua trajetória e que assim eles pudessem manter um nível de atendimento cada vez mais eficiente. E isso vem acontecendo ano apos ano. Neste ano já começamos a falar o que pretendemos fazer até 2018. Isso é importantíssimo, pois muitos fornecedores são dependentes de matérias primas internacionais, que sofrem com problemas de importação, cotas, greves na alfandega, uma série de coisas que jogam contra e que podem fazer uma grande diferença no nosso abastecimento, podem se planejar melhor”.

Renato Massara, diretor comercial da Wheaton – maior fabricante de frascos de vidro para perfumes e cosméticos do País, é um habitué do evento e testemunha da sua evolução, e de como ela contribuiu para puxar o padrão dos fornecedores. “Eu venho nessa premiação desde o início. Só não estive em uma das edições. No começo, bem na época de abertura de mercado, eu passava uma enorme vergonha nessa premiação, porque a gente era 12 menos... quase que um prêmio de consolação”, lembra o executivo, que hoje comemora a evolução do trabalho da companhia ao longo dos últimos anos. “Nós temos uma complexidade muito grande de entrega com eles. São muitos itens, temos uma participação bem grande. Existem ainda um ou outro problema, mas pelo que escutei ficamos bem próximo do Ouro. Estamos evoluindo nisso, o que para nós é básico”.
 
Miguel comemora o fato da premiação ser levada muito a sério pelos fornecedores. “Alguns ficam muito alegres, outros ficam muito tristes, mas isso faz parte do jogo”, completa.
 
Confira abaixo as empresas certificadas nas categorias Ouro, Prata e Bronze durante o 16º Encontro de Fornecedores do Grupo Boticário:

Categoria OURO
Firmenich (casa de fragrâncias) – a empresa também conquistou o Prêmio Especial de Sustentabilidade
IFF (casa de fragrâncias)
MWV Rigesa (embalagens)

Categoria PRATA
Fornecedores de matérias-primas e fragrâncias
Dow Corning
Givaudan
Mane
Merck
Symrise
Usina Ester
 
Fornecedores de papel, vidro e plástico
Antilhas
Albéa
Gonçalves
Box Print
SGD
Wheaton
 
Fornecedores de decoração, válvula e produto acabado
Leclair
Fabber-Castell
Bristol Pivaudran
MWV Calmar

Categoria BRONZE
Fornecedores de embalagem no segmento de plástico, válvula e metal.
C-Pack
Rexam
Globalpack
Igaratiba
Ipel 

Fornecedores de embalagem de papel, vidro e decoração.
Kingraf
Aptar
Magistral
Pochêt
Deda
Solev

Fornecedores de matéria-prima e produto acabado.
Cosmotec
Croda
JBS
Basf
Fareva
Schwan Cosmetics
 

Balanço final
Para André Leal, o resultado foi o de um evento exitoso, de muita integração e transparência. “O sentimento é que a cada ano o Grupo Boticário e sua cadeia de fornecimento saem mais alinhados, fortalecidos e prontos para o desafio de crescimento que nós temos que vencer. Ouvi hoje de um fornecedor que o Grupo Boticário é a empresa que conseguiu crescer muito, mas sem perder esse caráter pessoal do relacionamento. Todos eles reconhecem isso. Nós conseguimos celebrar um ano vitorioso, mas sem esquecer dos problemas que tivemos nesse caminho”.


Por fim, como lembra Renato Massara, da Wheaton, participar do Encontro de Fornecedores do Grupo Boticário é sempre uma injeção de ânimo. “Você escuta o mercado meio assim, cabisbaixo, e aí você vem aqui e escuta sempre projeções de crescimento de 20%, 25%, 30%... É sempre muito animador para o mercado”, conclui.
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