Ruptura do item nos supermercados é de quase 40% e a
cobertura de estoque pouco superior a quatro dias. Crescimento nas
vendas em março foi de 240,9% na comparação com fevereiro (atualizado em 1/4*)
Para
responder a explosão no aumento da demanda por álcool em gel no Brasil,
a ANVISA - por meio de manifestações da ABIHPEC (Associação Brasileira
da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) - publicou uma
resolução que colocou o álcool em gel em regime de notificação,
permitindo a inserção do produto no mercado para comercialização sem
autorização prévia da agência.
"Isso não
muda as exigências e os procedimentos, mas dá uma celeridade
significativa aos processos. As empresas ganharam, no mínimo, 180 dias
de antecipação para lançar o álcool em gel no mercado", diz João Carlos
Basilio, presidente-executivo da ABIHPEC. "Com esta nova resolução da
Anvisa, nós esperamos que mais empresas venham a fabricar esse produto
e, consequentemente, aumentar a oferta ao consumidor. A nossa estimativa
é que nos próximos 40 dias o mercado esteja normalizado", afirma o
dirigente.
O álcool em gel é o item com maior nível de
ruptura nos supermercados, de acordo com levantamento da consultoria
especializada em gestão de abastecimento e rupturas Neogrid. O aumento
nas vendas em março foi de 240,9% na comparação com fevereiro. Isso
acabou aumentando o nível de ruptura do item nas prateleiras para 38,8%,
aumento de 30,7% em relação ao nível de rupturas para a categoria em
fevereiro. O nível dos estoques do produto despencou 56,7%, trazendo a
cobertura de estoque para apenas 4,3 dias.
Parte
da dificuldade para o rápido aumento na produção do item está atrelado a
falta em escala global da matéria-prima carbomero, espessante usado como
base para fabricação do álcool em gel. O Governo Federal vem atuando
para desonerar e simplificar os processos de importação de insumos
relacionados ao combate à COVID-19, caso do carbomero.
Segundo a ABIHPEC, os
fabricantes de produtos de higiene e beleza estão trabalhando em
parceria com seus fornecedores no desenvolvimento de ingredientes
alternativos, que devem chegar em breve ao mercado para atender a alta
demanda no Brasil e no mundo todo.
* A matéria-prima em falta no mercado é o carbomero e não o Carbopol, como informado originalmente. Carbopol é o nome comercial do carbomero produzido pela Lubrizol.