Primeiro olhar: o novo centro de inovação do Grupo Boticário

Com investimentos de R$ 37 milhões, o novo prédio dará suporte ao crescimento futuro da companhia paranaense


Ao Sul do complexo industrial e administrativo que serve de base para o Grupo Boticário, em São José dos Pinhais, no Paraná, em meio aos prédios e galpões de tijolo aparente, que marcam a arquitetura da sede da empresa, um prédio moderno, com muito vidro e alumínio em tons de azul, se destaca na paisagem. É ali que foi erguido o novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário.
 
Da concepção do espaço até a inauguração oficial, no último dia 21 de março, foram 15 meses de trabalho e investimentos de R$ 37 milhões. “ Para nós é motivo de orgulho, entregar esse espaço, que não deixa nada a dever a nenhum outro centro de desenvolvimento que vocês possam encontrar pelo mundo”, disse o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum, durante a solenidade de inauguração do novo prédio (na galeria de fotos abaixo você pode conferir vários dos espaços, equipamentos e laboratórios do novo prédio).

O novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento é parte de um plano de investimento que beira os R$ 650 milhões, e engloba a ampliação da fábrica de São José dos Pinhais, incluindo um novo centro de estocagem de matérias-primas, totalmente verticalizado, e a construção de uma nova planta fabril e de um centro de distribuição na Bahia.

O alto valor aportado no novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, se justifica tanto pelo rápido crescimento da companhia nos últimos anos - o que elevou exponencialmente a necessidade de profissionais e laboratórios para dar conta do grande volume de projetos que envolvem as marcas do grupo, como pela importância que a área de P&D tem para o grupo paranaense. Somente em 2012 as marcas O Boticário, Eudora e quem disse, berenice? lançaram cerca de 1,6 mil novos produtos no mercado. Apenas para o lançamento dessa última, foram mais de 500 sku´s. Nos últimos dois anos, o número de profissionais da área cresceu 40% dentro do grupo. “Trabalhamos com uma média de dois mil produtos em desenvolvimento simultaneamente. Por isso, cada detalhe  que pudesse garantir a eficiência operacional foi fundamental para chegarmos ao nível de excelência deste novo espaço”,  diz o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia, Richard Schwarzer (na foto abaixo). Neste ano, além do trabalho para as três marcas, a área de P&D tem o desafio de desenvolver a linha própria da The Beauty Box, rede de varejo seletivo multimarca lançada pelo grupo no final do ano passado.

Integração das equipes
Uma rápida visita ao novo prédio é o suficiente para ter clareza de que a integração das equipes de trabalho foi um dos aspectos mais privilegiados na concepção do espaço, um processo coordenado desde o início pelo diretor de P&D do grupo. “O meu croqui começou com um retângulo, que é a forma mais fácil de fazer um projeto”, conta Richard.
.
O executivo conta que foram três as principais preocupações na hora de conceber o projeto. A primeira, naturalmente, era a de proporcionar a expansão física que cada área demandava por conta de restrições do antigo espaço.

A segunda preocupação, era permitir um excelente fluxo de trabalho, integrando tudo o que ficava espalhado pelos diferentes prédios da empresa até então. “A integração faz toda a diferença. Interlocução é fundamental para que o processo seja ágil e efetivo. A comunicação é um dos aspectos de maior transtorno dentro de qualquer organização, e, quando você permite um contato contínuo, uma harmonia perfeita entre os diferentes grupos de trabalho, você imprime uma qualidade maior ao processo por si só”, explica Richard Schwarzer.

Por fim, o novo prédio permitiu à área de P&D do Grupo Boticário agrupar as equipes de desenvolvimento por temas, no caso aqui, as diferentes categorias de produtos cobertas pelas marcas do grupo. “Todos os espaços foram criados com uma preocupação temática, para que cada categoria dentro do mercado seja tratada com a amplitude e profundidade que ela exige e para que os produtos desenvolvidos acompanhem a evolução do trabalho do grupo ao longo dos anos. Não só do ponto de vista numérico, mas também de qualidade e inovação”.

Para o diretor de P&D, apesar de todo o novo aparato disponibilizado para o time, mudança não é o termo mais adequado para descrever o impacto que o novo centro terá sobre a área de desenvolvimento do Grupo Boticário. “Não sei se mudança é uma palavra adequada para isso aqui. O novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento é, na verdade, a solidificação do que o Grupo Boticário pensa sobre pesquisa, inovação e desenvolvimento. Agora, é obvio que nesse novo contexto, nesse novo espaço, nós conseguimos integrar todos os principais players da atividade de P&D. E mesmo os que não estão presentes constantemente nessa atividade, têm a sua disposição   os espaços adequados para atuar e realizar seu trabalho, e aí, estamos falando principalmente dos nossos colegas de marketing”.

Uma das maiores “clientes” do novo espaço, é justamente a diretora de marketing de O Boticário, Isabela Wanderley. A executiva também acredita que as marcas vão ganhar bastante com a agilidade e, principalmente, com a maior integração. “Quando você tem uma equipes, trabalhando juntas no mesmo espaço físico, com todos os recursos tecnológicos por trás, isso nos garante agilidade na comunicação e mais rapidez de resposta. A gente já vem trabalhando com times de projetos há vários anos, mais em alguns momentos esses times não se reuniam. Agora, eles estão sentados juntos, vivendo o dia a dia. A cada obstaculo, a rapidez de resposta é bem mais rápida e fácil”, conclui a diretora. Richard complementa dizendo que, mesmo com as limitações físicas que existiam, o grupo não tinha problemas de integração que atrapalhassem as atividades de pesquisa. “Mas com certeza, a harmonização desses espaços e a integração com o marketing favorece todo o processo”.

Mais possibilidades
Com a inauguração do novo prédio, a área de P&D do Grupo Boticário conseguiu internalizar recursos dos quais a empresa não dispunha, principalmente na área sensorial. Agora, os profissionais do Grupo, e de suas diferentes marcas, podem realizar internamente testes de cabines para avaliar a performance das formulações e das fragrâncias em diferentes situações, como banhos em diferentes condições de tempo e temperatura. Anteriormente, avaliações dessa natureza eram realizadas externamente.

Até um laboratório dedicado exclusivamente para medir o “lasting” das fragrâncias com exaustão contínua foi montado. Salões de cabeleireiros, de maquiagem, de estética, uma biblioteca de fragrâncias com capacidade para armazenar oito mil referências, além das tradicionais salas de “focus group”, complementam o arsenal de ferramentas À disposição dos profissionais de P&D e das marcas do grupo. “A perfeita integração dos espaços e, principalmente, todo o aparato técnico disponibilizado para fazer a gestão de conhecimento, é tudo isso que em conjunto nos permite agilizar o processo de criação do produto, diminuir o “time to market”, que vem desde a ideia surgida na fase mais embrionária, o início da criação até o produto na prateleira”, acredita o executivo do Grupo Boticário.

Para se manter na vanguarda da inovação tecnológica, existe um grupo totalmente dedicado a buscar e pesquisar sobre as novidades tecnológicas disponíveis ao redor do mundo, para ver a aplicabilidade dela aos produtos da marca.

Quantificar e avaliar
Para uma corporação do porte do Grupo Boticário, quantificar o processo de desenvolvimento é fundamental. “Isso é algo com o qual estamos trabalhando há algum tempo. E conseguimos atingir  um estágio bastante elevado nesse aspecto, o que nos permitiu desenvolver quatro unidades de negócios, em um espaço de tempo que seria absolutamente impensável, eu diria a você, para a esmagadora maioria de pessoas que atuam nessa atividade de P&D”, acredita Richard Schwarzer.

Nesse sentido, a sala de administração de projetos, dentro do novo prédio, funciona como uma grande central de geração de dados e estatísticas. Ali são reunidos todos os quadros e toda a rede de atividade que envolve pesquisa e desenvolvimento, em busca do aprimoramento para uma combinação que permita aos times, reduzir ao mínimo o tempo necessário para o desenvolvimento. Mas não é só isso. A administração de projetos também é responsável por gerar os indicadores  do processo de P&D. “Eles processam dados gerados pelos projetos individualmente, consolidam isso, e traduzem em números de eficiência. Daqui nós mensuramos o número de produtos que estão em desenvolvimento em diferentes estágios, o grau de risco do processo e outros indicadores que nos permitem avaliar a eficiência do processo como um todo”.

Pronto para suportar o crescimento
O novo espaço reúne cerca de 230 pessoas envolvidas em todo o tipo de atividade do processo de P&D, desde a pesquisa científica  até áreas de embalagem e design e comprovações de eficácia em suas mais diferentes versões. Por volta de 100 profissionais, se dedicam  especificamente a pesquisa em diferentes áreas: biologia, ciência biomolecular, análise toxicológica, desenvolvimento de cores... “E nesses 8 mil m2, nós temos a possibilidade de expandir para até o dobro o número de profissionais reunidos aqui” conclui um orgulhoso Richard Schwarzer.

Se a história recente serve de referência – o Grupo Boticário dobrou de tamanho duas vezes nos últimos anos, é bem provável que em pouco tempo todas as vagas futuras, sejam preenchidas rapidamente.

Fotos: Gisele Kropowski

Leia mais sobre o novo centro de P&D de O Boticário nas próximas edições de Atualidade Cosmética (Nº 130) e Packing Cosmética (Nº 100).
}

Comentários ()

Blogs

Tags