Média de atendimento semanal para cabeleireiros caiu em um terço em relação aos índices anteriores à pandemia

Média de atendimento semanal para cabeleireiros caiu em um terço em relação aos índices anteriores à pandemia

Estudo da Beauty Fair e Radar Pesquisas mostra que para 52% dos profissionais que estão atendendo, o volume de clientes está entre 25% e 49%, comparando com antes da quarentena

Um estudo realizado entre os dias 14 e 17 de julho pela Radar Pesquisas com a base de profissionais de beleza visitantes da Beauty Fair residentes em São Paulo e Região Metropolitana, apresenta um quadro sobre os impactos da pandemia sobre os salões de beleza, pouco tempo após eles terem reaberto suas portas.

Foram analisados itens como o perfil dos profissionais, a forma de trabalho antes, durante e após a quarentena, os impactos da pandemia no atendimento e na renda dos trabalhadores, a interação com marcas profissionais no ambiente digital, como estão os parâmetros atuais de serviços e aquisição de produtos e a situação do novo normal nos salões com as medidas de segurança obrigatórias.

No período em que a pesquisa foi aplicada, na terceira semana de julho, 55% já haviam retomado as atividades no salão. O atendimento em domicílio também passou a ser uma realidade para 31% dos cabeleireiros, que ainda atendiam em suas casas ou na dos clientes. Antes da quarentena, 29% já atendiam em domicílio e, durante, o modo de atendimento foi aderido por 37%. O atendimento na casa do próprio profissional já funcionava para 30% deste público antes da pandemia e, agora, 36% indicaram que pretendem manter esse tipo de serviço.

Em relação a retomada, 47% dos entrevistados afirmaram que se sentem seguros para realizar os atendimentos seguindo os protocolos exigidos para o segmento. Já o medo de se expor ao novo coronavírus é uma preocupação de 40% dos profissionais no cenário de retomada ao trabalho. A limitação de clientes no local foi apontada por 96% das respostas e o distanciamento de um metro e meio entre as cadeiras, por 93%. O layout dos salões também sofreu alterações, com 76% indicando que removeram móveis para facilitar a circulação. Para 22% dos respondentes, o período da quarentena foi utilizado para fazer reformas e adaptações no espaço.

Dos profissionais entrevistados, 39% responderam que os estabelecimentos onde atuam contam com uma ou duas estações de trabalho, já 22% disseram que os salões possuem três ou mais. Ainda, 16% dos trabalhadores indicaram que atendem em suas próprias casas.

Neste momento, 48% dos cabeleireiros vão manter o preço dos serviços. Já 10% disseram que pretendem reduzir os valores e, para 7%, há a tendência de aumentar. A dúvida ou indecisão sobre o reajuste de preços foi apontada por 35%.

O preço cobrado pela coloração dos cabelos pela maior parte dos entrevistados, 34%, cobra entre R$ 70 e R$ 99 pelo serviço. O valor abaixo de R$ 70 foi apontado por 31% dos cabeleireiros; entre R$ 100 e 150 foi a resposta de 21% e acima de R$ 150, de 13%.

Gerar renda ficou difícil
Durante o período de fechamento dos salões, 84% solicitaram o auxílio emergencial do Governo Federal, no entanto, apenas 39% receberam o benefício. A pesquisa ainda aponta que 34% ficaram sem renda durante a quarentena. Ainda, 11% responderam que os salões onde trabalhavam fecharam em definitivo e outros 22% registraram que os salões estavam sem funcionar e não sabiam se voltariam a abrir.

Para garantir alguma fonte de renda durante o período de fechamento, 13% dos profissionais entrevistados venderam produtos profissionais, 8% ofereceram a venda antecipada de vouchers para serem utilizados no momento de retomada dos salões e 4% venderam kits de coloração de cabelos.

A venda de produtos profissionais já era uma prática para 50% dos cabeleireiros, mesmo antes da pandemia e, durante o período, outros 4% passaram a vender esses itens. Em média, os profissionais entrevistados comercializam 3,7 marcas.

92% dos cabeleireiros que responderam à pesquisa da Beauty Fair interagiram digitalmente com marcas de produtos, seja por redes sociais, acompanhando lives ou fazendo cursos online. A fidelização do profissional também se manteve forte e 35% responderam que interagiram com apenas uma marca, enquanto 26% interagiram com cinco marcas ou mais. “A Beauty Fair acredita que este formato de interação online com as marcas veio para ficar e, inclusive, será elemento essencial de valorização dos eventos presenciais”, diz Cesar Tsukuda, diretor-geral da empresa.

Por algum tempo, canais de venda online foram a única opção para adquirir produtos. 55% dos profissionais disseram que já compravam por e-commerce; outros 13% passaram a comprar durante a quarentena e 32% informaram que nunca compraram por meios digitais.

Do total de pessoas que responderam ao questionário, 90% eram cabeleireiros, 4% gerentes, 4% assistentes e 2% barbeiros. Profissionais baseados na cidade de São Paulo representam 70% das respostas, enquanto 30% estão na Região Metropolitana. A média de idade destes profissionais é de 41 anos. Quanto ao regime de trabalho, 54% atuam como Microempreendedores Individuais (MEI) e apenas 13% são contratados em regime CLT. Profissionais autônomos representam 51% dos respondentes, 23% trabalham em salões de terceiros e 22% são sócios ou proprietários. As respostas também indicaram que 4% ficaram desempregados durante o fechamento dos salões.


foto: Denis Jung/Unsplash
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